No atual panorama do audiovisual, somos espectadores e, simultaneamente, participantes de uma revolução tecnológica que está redefinindo intrinsecamente as metodologias de criação e consumo de conteúdo. A adoção de tecnologias emergentes no âmbito audiovisual transcende a mera tendência, configurando-se como uma realidade concreta que está promovendo uma mudança no campo audiovisual. Essa metamorfose expande as fronteiras da inovação e remodela a experiência humana no universo do entretenimento e da informação.
Uma das áreas mais empolgantes é a ascensão da Realidade Aumentada (RA) e da Realidade Virtual (RV). Estas tecnologias estão trazendo uma nova dimensão para o entretenimento, permitindo experiências imersivas que desafiam os limites entre o real e o virtual. Imagine assistir a um filme onde você pode entrar no cenário, interagir com personagens ou até influenciar o desenrolar da trama. Essa é a promessa da RA e RV, proporcionando uma imersão sem precedentes e redefinindo a experiência do espectador.
Paralelamente, a Inteligência Artificial (IA) está desempenhando um papel revolucionário, particularmente na edição e produção de vídeos. Softwares baseados em IA estão agora capacitados para realizar tarefas que antes consumiam muito tempo, como seleção de tomadas, ajustes de coloração, iluminação e muito mais. Com tecnologias mais recentes, os limites entre o que é real e o que é gerado por computador estão se tornando cada vez mais difíceis de discernir. Filmes e programas de TV agora apresentam efeitos visuais tão realistas e detalhados que mergulham o espectador em mundos que desafiam nossa percepção da realidade.
Um exemplo notável dessa revolução é o filme “O Rei Leão” (2019), uma obra que redefine a animação cinematográfica. Através da utilização de tecnologia de Realidade Virtual, os criadores foram capazes de imergir em um mundo virtual para dirigir cenas, como se estivessem em um ambiente real de filmagem. Este método não só permitiu uma visualização mais intuitiva do filme em produção, mas também abriu novas possibilidades criativas na direção de cenas animadas.
Podemos destacar a tecnologia de captura de movimento, por exemplo, tem permitido uma representação mais realista de personagens CGI em filmes. Este método foi usado extensivamente em filmes como “Avatar” e estamos falando de 2009, vamos pular para 2024 com o “Planeta dos Macacos”, onde personagens digitais expressam emoções e movimentos quase indistinguíveis dos de atores reais. “Planeta dos Macacos” é um ótimo filme para entender a evolução das tecnologias, sendo que o primeiro filme estreou nos anos 70, em formato de série e longas com muitas continuações nas décadas seguintes e em 2024 tem lançamento de mais um filme da franquia.
A IA foi usada de forma criativa em filmes, como no premiado “Everything, Everywhere All at Once” em português “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”.
O papel da IA na produção cinematográfica foi destacado durante uma conferência da UNESCO em Paris 2023, onde o avanço rápido da tecnologia foi discutido. A tecnologia é vista como uma ferramenta que pode democratizar a produção cinematográfica, tornando-a mais acessível e econômica, permitindo que um espectro mais amplo de indivíduos participe do processo criativo. Quer saber mais dessa conferência clica no link abaixo:
Em resumo, as tecnologias no audiovisual estão atravessando um período de inovação sem precedentes, abrindo novos caminhos para contar histórias de maneiras que nunca imaginamos serem possíveis. Estamos no limiar de uma nova era, onde as barreiras entre criador e espectador, realidade e ficção, estão sendo continuamente redesenhadas. A IA tem o potencial de revolucionar a indústria cinematográfica, agilizando processos e abrindo novas possibilidades criativas. No entanto, também apresenta desafios que exigem consideração cuidadosa em relação à ética, direitos autorais e ao impacto nos papéis tradicionais da indústria. À medida que a IA continua a se desenvolver, será importante para a indústria cinematográfica gerenciar sua integração de uma maneira que realce a criatividade e, ao mesmo tempo, proteja os direitos e carreiras dos indivíduos.